Caros Amigos,
Recebi esse texto do Dr. Frederico Lobo postado em seu blog na internet sobre os efeitos do Estresse no ganho de peso. Como nós vivemos em um mundo bastante agitado, no qual situações estressantes como trânsito e pressão no trabalho são muito comuns, precisamos ficar atentos a alguns cuidados que podem diminuir o estresse, favorecendo a perda de peso e uma melhor qualidade de vida. Leiam o texto do Dr. Frederico Lobo atentamente. Relaxe e tente minimizar os efeitos do cortisol no seu organismo.

“Dr, estresse engorda?”

Alguns pacientes me perguntam com frequência:
– Dr, pq quando fico estressada(o) engordo?
Ou
– Dr, é só ficar estressada que emagreço!

Sempre me questionei sobre a questão de emagrecimento na vigência de situações estressantes. Via de regra, fisiologicamente falando perda de peso por estresse não ocorre (exceto quando o paciente ao viver situação estressante, diminui a ingesta calórica). É só pintar uma tensão forte, provocada por acúmulo de trabalho, trânsito caótico, discussão em casa e pronto: você aumenta a ingestão alimentar, muitas vezes sem se dar conta de que está passando dos limites. Para saber até que ponto o estresse é o culpado pelos seus quilinhos a mais, é preciso entender como esse mecanismo funciona.

A chave é um hormônio produzido pela nossa glândula supra-renal: o cortisol!

O cortisol tem múltiplas funções, dentre elas auxilia na manutenção dos níveis glicêmicos e controle da pressão arterial.

Quando em excesso poderá favorecer o ganho de peso. Mas afinal, que situações podem desencadear maior liberação do cortisol?

O que ativa esta liberação são estressores como poluentes, alimentação rica em gordura saturada ou trans, excesso de sódio, adoçantes, o jejum prolongado (ficar horas sem comer alguma coisa), a ansiedade, a apreensão, o nervosismo, medicamentos (corticóides) , alcoolismo dentre outros.

“O estresse leva ao aumento do hormônio cortisol, que facilita a diferenciação de células gordurosas (aumento do número de células gordurosas), aumenta a formação de gordura (entrada de triglicérides no adipócito – célula de gordura), dificulta o emagrecimento”, afirma o endocrinologista, Dr. Marcio Mancini, Presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e médico responsável pelo Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas.

Além disso ocorre um desequilíbrio na massa magra pois uma das ações do cortisol é a utilização da massa magra (degradação das proteínas) e com isso alteração do metabolismo basal, fraqueza muscular.

Existe uma outra questão importante quando se fala de cortisol, a privação do sono. Quem não dorme direito:
1) Produz mais cortisol (que engorda);
2) Produz menos hormônio de crescimento (que facilita o emagrecimento);
3) Produz menos leptina (hormônio relacionado à saciedade e que também facilita o gasto de energia pelo organismo);
4) Produz mais grelina (substância responsável por estimular o apetite;

Além disso, a privação do sono pode gerar estresse, irritabilidade, aumento da incidência de doenças cardiovasculares, labilidade emocional, indisposição e fadiga no dia seguinte. Portanto qualidade de sono é igual Qualidade de vida.

Um exemplo da interferência do Estresse no consumo maior de alimentos é o estudo realizado por Diana Fernandez, da área de medicina preventiva da Universidade de Rochester, nos EUA. Ela observou 2.782 empregados de uma fábrica de Nova York e constatou que o estresse vivenciado em uma fase de demissões aumentou muito a procura por comidas ricas em gorduras e calorias – elas desapareciam rapidamente das máquinas onde eram vendidas. Mas as complicações causadas pelo estresse foram além.

Os trabalhadores disseram não ter tempo para comer bem ou fazer atividade física na hora do almoço porque tinham medo de sair de suas mesas de trabalho por muito tempo. Cansados física e emocionalmente, à noite a maioria se dedicava a ver televisão. “Os que assistiram a quatro horas por dia ou mais tiveram 150% mais chances de se tornar obesos”.

Por causa de achados como esses, alguns endocrinologistas começam a defender mudanças nos relacionamentos pessoais e profissionais – visando à diminuição do estresse – também com o objetivo de conter o avanço da obesidade.

Pensando nisso, uma das propostas para sanar este problema é que os programas de bem-estar no trabalho examinem a estrutura organizacional e forneçam meios práticos para minimizar o estresse. Além disso, é necessário dar condições para romper o sedentarismo. Uma delas é praticada por poucas empresas no Brasil, é ter uma área equipada para pessoas se exercitarem antes, durante ou depois do expediente.

Dicas para o emagrecimento saudável OU para evitar o ganho indesejado de peso:

– Coma de maneira fracionada – 5 a 6 refeições/dia e sempre de 3 em 3 horas, para que não ocorra um estado de hipometabolismo e posteriormente o organismo armazene o que deveria gastar;
– Habitue-se a ingerir diariamente alimentos saudáveis (saladas, frutas, verduras, alimentos integrais, carnes magras, soja nas suas formas fermentadas – Tofu, Tempeh, Missô);
– Alimentação funcional – Algumas substâncias conseguem modular o cortisol como o abacate e oleaginosas por serem ricos em beta-sitosterol. Peixes e vegetais folhosos escuros, soja e arroz por conterem fosfatidilserina, a vitamina C e alguns fitoterápicos como extrato de maracujá também podem auxiliar nesta modulação.
– Esteja sempre com uma garrafinha de água por perto e pelo menos 40ml pra cada kilo de peso corportal por dia:;
– Pratique exercícios no mínimo 4 vezes por semana (1 hora);
– Durma bem, como disse acima, Qualidade de sono é igual a qualidade de vida;
– Controle o nível de estresse – prática de atividade física, leitura, meditação, yoga, exercícios de relaxamente, psicoterapia, se necessário uso de ansiolíticos (de preferência fitoterápicos).

Abraços do seu nutricionista Márcio Leandro Ribeiro de Souza.

Fonte: www.ecologiamedica.net